1. Modernismo (FUVEST-SP)
“O último poema
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.”
(Manuel Bandeira, Libertinagens)
Neste texto, ao indicar as qualidades que deseja para o “último poema”, o poeta retoma dois temas centrais de sua poesia. Um deles é a valorização da simplicidade; o outro é:
- a verificação da inutilidade da poesia diante da morte.
- a coincidência da morte com o máximo de intensidade vital.
- a capacidade, própria da poesia, de eliminar a dor.
- a autodestruição da poesia, de eliminar a dor.
- a autodestruição da poesia em um meio hostil à arte.
- a aspiração a uma poesia pura e lapidar, afastada da vida.